A saúde mental é a base do bem-estar humano, ou seja, ela é o conjunto de qualidades da saúde cognitiva, emocional, física, motora e social.
Por conseguinte, o seu comprometimento tem uma grande repercussão na cognição, na memória, na aprendizagem, na função motora e, consequentemente, a manifestação no bem-estar e na felicidade humana.
Contudo, vários fatores podem também comprometer esse bem-estar, por exemplo, a idade, os estilos de vida, as doenças neurodegenerativas, as concussões, assim como as lesões cerebrais traumáticas.
Sendo o envelhecimento um processo inevitável, acompanhado por um declínio nas funções cognitivas, como a memória, atenção e velocidade do processamento da informação, o exercício físico tem-se demonstrado atividade dissuasora ímpar na reversão e atenuação dos déficits cognitivos.
Além do declínio das funções cognitivas acarretadas pelo avançar da idade, com a deterioração e inflamação das estruturas cerebrais que levam ao surgimento das doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e a doença de Alzheimer, o exercício físico tem um papel neuroprotetor, influenciando o sistema de citocinas e apoiando o estado neuroimunológico humano.
Os estudos têm vindo a demonstrar que o exercício físico regular e consciente estimula o aumento dos níveis de fatores neurotróficos, a neurogênese (nascimento de novos neurônios), mobilizando a expressão de genes que, acredita-se, aumentam a plasticidade cerebral, isto é, a capacidade do cérebro de mudar sua via neural, prevenindo a perda de tecido cerebral nos idosos.
Consequentemente, outros estudos como a neuroimagem mostram que os exercícios aeróbicos têm um grande impacto nas alterações no fluxo sanguíneo cerebral, facilita a plasticidade neural via angiogênese e/ou vasodilatação. Logo, previnem e protegem qualquer comprometimento cognitivo e acidente vascular cerebral.
As crianças e os adolescentes também beneficiam nas suas funções cognitivas e no neurodesenvolvimento com a inclusão de exercício físico consciente, aumentando a concentração da tarefa e funções executivas.
Em jeito de conclusão, podemos afirmar que o exercício físico tem inúmeras vantagens na saúde mental, quer seja, nas crianças, adolescentes, adultos, idosos e/ou doentes neurodegenerativos, na construção de cérebros mais saudáveis, no rápido e preciso pensamento, na liberação de endorfina (hormona de bem-estar) e na redução do nível de hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol e adrenalina.
Finalmente, não devemos esquecer que para que o exercício físico seja seguro, eficiente e valorativo, e que vá de acordo aos seus objetivos e limitações, é imprescindível o acompanhado de um profissional do exercício físico e/ou de médicos especializados.
Sidney Neto – Personal trainer
Referências:
Natural Health Research Institute
Parentingscience
Henriette van Praag - Salk Institute
National Center for Biotechnology Information